O Brasil e a Alemanha firmaram, nesta quarta-feira (19/08), acordos de
cooperação para a conservação florestal, e a regularização ambiental de
imóveis rurais na Amazônia e em áreas de transição para o Cerrado. Ao
todo, serão investidos mais de R$ 183 milhões (50 milhões de euros).
Também foi assinado projeto entre os governos alemão e norueguês, para
incrementar a cooperação técnica ao Fundo Amazônia.
As parcerias foram firmadas por autoridades brasileiras e dois países
durante a abertura da Conferência Florestas, Clima e Biodiversidade,
realizada em Brasília. Além da assinatura dos atos oficiais, o evento
contou com a participação de especialistas para discutir temas como
manejo sustentável, mudanças do clima e políticas para o combate ao
desmatamento.
EFEITO ESTUFA
O objetivo é unir ações de conservação da biodiversidade com medidas
capazes de frear as emissões de gases de efeito estufa, fenômeno natural
que tem sido agravado por ações humanas e, com isso, gerado o
aquecimento global. “É preciso haver uma relação mais simétrica entre
biodiversidade e clima”, defendeu a ministra do Meio Ambiente, Izabella
Teixeira. “A biodiversidade está na base de tudo e precisa ser
protagonista na agenda climática.”
As políticas desenvolvidas em território nacional e a importância dos
recursos naturais presentes no Brasil colocam o País em posição de
destaque no cenário internacional. O embaixador da Alemanha no Brasil,
Dirk Brengelmann, ressaltou os resultados brasileiros na conservação
ambiental. “A redução do desmatamento na Amazônia é resultado
impressionante”, afirmou. “O Brasil se tornou um modelo mundial em ações
ambientais.”
REGULARIZAÇÃO AMBIENTAL
O MMA, a Caixa Econômica Federal e o KfW, o Banco de Desenvolvimento
alemão, assinaram o contrato de contribuição financeira queviabilizará o
Projeto de Regularização Ambiental de Imóveis Rurais na Amazônia e em
Áreas de Transição para o Cerrado. Com duração de quatro anos, a medida
destinará mais de R$ 84 milhões (cerca de 23 milhões de euros)
financiados pelo governo alemão para a cooperação.
A região contemplada é estratégica para o combate ao desmatamento e
para a conservação da biodiversidade. O projeto apoiará o Cadastro
Ambiental Rural (CAR) dos imóveis de agricultores familiares, povos e
comunidades tradicionais de Rondônia, Mato Grosso e Pará. Além disso,
também serão promovidas ações de recuperação dos passivos ambientais das
áreas de preservação permanente e de reserva legal encontradas dentro
desses terrenos.
Com a medida, será possível realizar a regularização ambiental dos
imóveis rurais brasileiros conforme o novo Código Florestal. A ministra
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, destacou a
importância da ação para o setor. “O objetivo é proteger o meio ambiente
produzindo alimentos”, defendeu. “A inovação tecnológica é um meio de
evitar o desmatamento.”
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
A cooperação entre o MMA, o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade
(Funbio) e o Ministério Alemão para Cooperação e Desenvolvimento (BMZ),
junto ao Banco Alemão de Desenvolvimento KfW, estabelece o Fundo de
Transição Arpa para a Vida. Esse fundo constitui a terceira fase do
Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa). O programa foi
estabelecido pelo Brasil em 2003 e corresponde, hoje, ao maior programa
de conservação de florestas tropicais do mundo.
O projeto terá o aporte superior a R$ 116 milhões (cerca de 31,7
milhões de euros) por meio da cooperação financeira alemã para o Fundo
de Transição. Esse Fundo é um mecanismo inovador com metas ambiciosas,
como a de consolidar e segurar o financiamento sustentável de unidades
de conservação em uma área igual ou superior a 60 milhões hectares, o
que corresponde aproximadamente ao território da França.
FUNDO AMAZÔNIA
O cofinanciamento entre a Noruega, por meio da Agência Norueguesa
para a Cooperação ao Desenvolvimento (Norad), e a Alemanha, representada
pelo Ministério Alemão para Cooperação e Desenvolvimento (BMZ),
viabilizará o projeto de cooperação técnica “Apoio às Atividades de
Fomento e de Concessão de Colaboração Financeira Não-Reembolsável no
âmbito do Fundo Amazônia”.
O projeto terá mais de R$ 14,6 milhões (cerca de 4 milhões de euros) e
o objetivo de melhorar os mecanismos do Fundo Amazônia, tornando-o cada
vez mais eficaz no financiamento da proteção das florestas e do clima. O
acordo representa a importante coordenação e harmonização entre os dois
doadores.
Criado em 2008, o Fundo Amazônia surgiu com o objetivo de captar
recursos para investimentos não-reembolsáveis em iniciativas de
prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento e de conservação e
uso sustentável do bioma. Entre as áreas de atuação, estão projetos
como os de gestão de áreas protegidas, manejo florestal e redução de emissões de gases de efeito estufa.
Link: MMA - Ministerio do Meio Ambiente. http://mma.gov.br/index.php/comunicacao/agencia-informma?view=blog&id=1078